Lampião de Gás - Inezita Barroso

*SÉRIE SERTANEJA*

No dia 11 de setembro de 1944, foi removido do antigo Largo da Imperatriz, atual Largo Dona Tereza Cristina, este último lampião a gás a funcionar em Santos/SP, encerrando uma era na iluminação pública, já então toda ela baseada na eletricidade.
>>lampião de gás




Lampião de Gás - Inezita Barroso

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Da sua luzinha verde azulada
Que iluminava a minha janela
Do almofadinha lá na calçada
Palheta branca, calça apertada

Do bilboquê, do diabolô
Me dá foguinho, vai no vizinho
De pular corda, brincar de roda
De benjamim, jagunçu e chiquinho

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Do bonde aberto, do carvoeiro
Do vossoureiro, com seu pregão
Da vovózinha, muito branquinha
Fazendo roscas, sequilhos e pão

Da garoinha fria, fininha
Escorregando pela vidraça
Do sabugueiro grande e cheiroso
Lá no quintal da rua da graça

Lampião de gás
Lampião de gás
Quanta saudade
Você me traz

Composição: Zica Bergami parceria com Hervê Cordovil.

>> Cifra

>> Mid >> Inezita Barroso


"Na década de 30/40 morei com meus pais e minha irmã Inês, na rua Marta,nr. 5 em Perdizes, uma casa após o Grupo Escolar Pedro II. Na esquina debaixo,cruzamento da Marta com Dona Elisa, havia um lampião de gás que era aceso diariamente pelo funcionário que usava com grande habilidade uma vara longa para abrir a portinhola de vidro e acender o bico de gás, cujo condutor era aberto ao pé do lampião com uma chave especial. Eu era garoto mas me lembro bem desse fato porque ele se repetia dia após dia. Sucede que na casa ao lado,(acho que era numero 7), morava uma família que seria aparentada do ministro Oswaldo Aranha, na epoca um dos mais prestigiados politicos, amigo pessoal e íntimo do presidente da República. Por coincidência a dona da casa se chamava Inês e sua filha também. A filha, ainda meninota, gostava de cantar ao violão e, ao que me parece,seu irmão Marcos costumava fazer coro. Antes da copa de 1938, fomos morar na rua Itapicuru, 648, um palacete estilo mexicano que meu pai construira com muito esforço. Não vímos mais nossos vizinhos e já na década de 50/60 voltamos a ver nossa vizinha, desta vez cantando no rádio e na televisão, um de seus maiores sucessos - "Lampião de Gás", seu nome - ( I ) nezita Barroso. "

(Expedito Marques Pereira)